quinta-feira, 24 de julho de 2008

tendências masoquistas (1)

acho que todos gostamos de nos martirizar por um motivo, não importa qual. e, obviamente, ninguém tem sensibilidade o suficiente p/ nos entender. nossa pele é sempre especial. alguns inclusive se transformam em vítimas de si mesmo. não é o prazer de passar por um processo de se deparar c/ uma questão e se envaidecer por ter conseguido resolvê-la. é querer viver dentro do problema todo o tempo. é gostar de contar p/ as pessoas o quanto padecemos e de como somos merecedores da nossa pena e da dos outros também.

fico extremamente agoniada c/ pessoas que não são alegres nem por dez segundos, que fazem do reclamar uma razão p/ viver; aquele povo que vc sabe que vai se transformar em velhinhos rabugentos. é andar na rua e ver um motivo p/ ser ranzinzo a cada dois metros. esse povo existe p/ lembrar uma das metas da minha vida, que é não me tornar alguém semelhante.

as histórias de sofrimento de alguma maneira sempre chamam mais atenção, né? o povo adora uma tragédia. tinha um quadro no domingo legal, “de volta para casa”, em que a equipe do programa resgatava retirantes nordestinos engolidos e vomitados por são paulo, e os devolvia as suas cidades de origem. as pessoas praticamente sentiam orgulho de dizer que viviam miseravelmente, de carregar aquele estigma, de saber que não tiveram sorte na vida. e tome o programa explorando o negócio.

particularmente falando, as mulheres frágeis de alguma maneira chamam mais a atenção (dos homens). qual o lugar das descomplicadas nesse mundo? por que elas nasceram p/ ser uma exceção (pouco admirada) à regra e não uma versão do gênero feminino? existe charme em ser problemática, em demandar incessantemente a proteção dos outros?

e quando paro p/ pensar nos motivos pelos quais me martirizo, me pergunto se todos os problemas nasceram pra ter solução. vivo me debatendo, brigando comigo mesma por não conseguir resolver coisas que se arrastam há séculos. vc morre menos feliz por ter pendências consigo mesmo? vc se sente menos capaz ao notar que não progrediu em nada lidando c/ essas pendências? se não dá p/ resolver, devemos nos conformar? e se nos conformarmos, como controlar a influência dessas peiticas aparentemente insolúveis?

são essas coisas que fazem c/ quem eu crie um abuso de mim mesma.

8 comentários:

Rafael Sotero disse...

Cecília, guarda esse tópico e mais outros futuros do gênero pra reunir posteriormente numa versão atualizada de quem mexeu no meu queijo ou a arte de ser feliz!

Unknown disse...

hahahaha

Laís Dourado disse...

Ceci, tu é exatamente o oposto disso tudo, parei pra pensar agora, você é realmente uma pessoa muito alegre!


ps. Rafael é muito chato mesmo heim?

Mariana disse...

Vou parar hoje de comer a pele dos meus dedos...

Unknown disse...

kd tu escrevendo aqui, miséééra?!

Rafael Sotero disse...

OXEM?!??!! bora, Spencer Johnson!! Quero mais textos nessa birosca!!

Unknown disse...

ei, mirmã! bora atualizar essa coisa aqui, né?! não aguento mais entrar aqui e ver "têndências masoquistas" ¬¬

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.