segunda-feira, 15 de setembro de 2008

já é

sei lá
tem dias que a gente olha pra si
e se pergunta se é mesmo isso aí
que a gente achou que ia ser
quando a gente crescer
E nossa história de repente ficou
alguma coisa que alguém inventou
a gente não se reconhece ali
no oposto de um déjà vu

domingo, 14 de setembro de 2008

continuando nesse clima nostálgico

estive procurando conhecimento sobre mim mesma, e tentei terapias alternativas. descobri o método da regressão virtual.



mexico. dona florinda in 1954.


em 1968, na frança. apesar desse cabelo super ordenado, me dei de corpo e alma na efervescência cultural-social-contestadora-anarquista. e também fiz muito amor ao som de beatles.


ah, 1976... studio 54. traquinei loucamente c/ minha galera beegeeniana.


1986: indignada c/ o processo de branqueamento pelo qual michael jackson passava, decidi servir de exemplo p/ ele. assumi minha negritude e fui cantar num coral de igreja, eu e as negona à la iupi goldberg.


1996, antes de descobrir que netinho é bi.

sábado, 6 de setembro de 2008

tirando o pó das idéias

p/ os meus contemporâneos se sentirem velhos – sucessos do ano 2000:

all the small things - blink 182
bye bye bye - 'n sync
it's my life - bon jovi
miss you love - silverchair
music - madonna
oops!... i did it again - britney spears
otherside - red hot chili peppers

a palavra “época” já tem lugar na minha vida. nessa época eu assistia pokémon, almoçava vendo a reprise do disk mtv, jogava speedball loucamente no colégio damas. nem pensava em jornalismo ou em álcool.

[voz de cissa guimarães] direto do túnel do tempo. aperta o botaozinho de adiantar aí.

continuo gostando de britney, apesar de ela maltratar os filhos c/ cheetos no café da manhã. analisando, eu me movia por inércia naquela época. era passar de ano p/ passar de ano no ano posterior. mecânico como quando a gente se direciona ao banheiro ao acordar. é muito mais fácil ter a obrigação de vestir uma farda. decretei estado de sítio ao olhar o guarda-roupa e constatar que já se esgotaram as possibilidades de combinação das minhas roupas.

daí, tchananan: sorria, vc está na faculdade. a lei da gravidade das decisões e dos problemas começa a agir. se sente o peso de ser (ou ao menos de querer ser) algo. o problema da vida adulta é que ela começa s/ vc perceber, depois que vc já fez um bocado de coisa (merdas inclusas nessa categoria de “coisa”). quando pirralha, era (in)conscientente destemida; receio era um negócio incomum. agora eu tenho medo do que há depois da faculdade. dizem que isso é um sinal de que tô virando mocinha.

talvez seja necessário me agarrar a planos. mas caramba, eu tenho habilidade p/ dançar o créu, não p/ isso. e ao mesmo tempo não quero ficar improvisando forever and ever. é difícil materializar algo tão abstrato como o futuro, embora eu sinta que estou lidando c/ a concretização dessa idéia todos os dias. cegueira de visão a longo prazo.

20 anos com marcas expressão de tanto franzir a testa p/ tentar me entender.

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rebeca gusmão recebeu pena máxima por dopping. nem perca tempo recorrendo nos tribunais, garota. é hora de partir pro hipismo!

domingo, 31 de agosto de 2008

voltei, bRog

sempre tive vontade de cantar 'voltei, recife' c/ lágrimas nos olhos após retornar de um longo período longe da minha cidade. caiemos na real (conjuguei certo esse verbo?): só voltei ao meu pc, cujo corpinho é de 50, mas a cabeça agora é de 20.

p/ amanda parar de me cobrar, venho aqui pedir desculpas publicamente pela minha ausência. minha inspiração só vem à noite; eu não presto enquanto ainda é dia. o povo do inmetro só poderia me testar depois das 21h.

espero que a galera me receba de braços abertos. vcs ainda me amam, povos? a propósito, estou devendo ao cartão de crédito. comecei a campanha 'cecília esperança'. podem depositar suas doações na minha conta no dia do meu aniversário. é aquela velha história, né, 'mãe-eu-te-amo-me-dá-1-real?'.


um beijo tímido ao luar p/ cada um.

p.s.: tenho 5 reais e tô a fim de fazer loucuras nesse domingo de corno. alguém me ajuda?

update: acabei de cair em contradição. postei e são 4 horas da tarde. me apedrejem, sou hipócrita.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

tendências masoquistas (1)

acho que todos gostamos de nos martirizar por um motivo, não importa qual. e, obviamente, ninguém tem sensibilidade o suficiente p/ nos entender. nossa pele é sempre especial. alguns inclusive se transformam em vítimas de si mesmo. não é o prazer de passar por um processo de se deparar c/ uma questão e se envaidecer por ter conseguido resolvê-la. é querer viver dentro do problema todo o tempo. é gostar de contar p/ as pessoas o quanto padecemos e de como somos merecedores da nossa pena e da dos outros também.

fico extremamente agoniada c/ pessoas que não são alegres nem por dez segundos, que fazem do reclamar uma razão p/ viver; aquele povo que vc sabe que vai se transformar em velhinhos rabugentos. é andar na rua e ver um motivo p/ ser ranzinzo a cada dois metros. esse povo existe p/ lembrar uma das metas da minha vida, que é não me tornar alguém semelhante.

as histórias de sofrimento de alguma maneira sempre chamam mais atenção, né? o povo adora uma tragédia. tinha um quadro no domingo legal, “de volta para casa”, em que a equipe do programa resgatava retirantes nordestinos engolidos e vomitados por são paulo, e os devolvia as suas cidades de origem. as pessoas praticamente sentiam orgulho de dizer que viviam miseravelmente, de carregar aquele estigma, de saber que não tiveram sorte na vida. e tome o programa explorando o negócio.

particularmente falando, as mulheres frágeis de alguma maneira chamam mais a atenção (dos homens). qual o lugar das descomplicadas nesse mundo? por que elas nasceram p/ ser uma exceção (pouco admirada) à regra e não uma versão do gênero feminino? existe charme em ser problemática, em demandar incessantemente a proteção dos outros?

e quando paro p/ pensar nos motivos pelos quais me martirizo, me pergunto se todos os problemas nasceram pra ter solução. vivo me debatendo, brigando comigo mesma por não conseguir resolver coisas que se arrastam há séculos. vc morre menos feliz por ter pendências consigo mesmo? vc se sente menos capaz ao notar que não progrediu em nada lidando c/ essas pendências? se não dá p/ resolver, devemos nos conformar? e se nos conformarmos, como controlar a influência dessas peiticas aparentemente insolúveis?

são essas coisas que fazem c/ quem eu crie um abuso de mim mesma.

sábado, 19 de julho de 2008

eu sou inocente demais p/ aguentar isso

vi num site taras loucamente exóticas. alguns destaques:

oculofilia: pessoas que se excitam com olhos de outras pessoas, a ponto de chegar ao orgasmo tocando, lambendo e até penetrando a zona ocular.
p/ mim é inconcebível: como as pessoas conseguem penetrar lá?

flatofilia: prazer erótico por escutar, cheirar e apreciar gases intestinais próprios e alheios.
muitos maridos estariam liberados das reclamações de suas esposas.

dentrofilia: algumas pessoas só atingem o orgasmo quando se esfregam em troncos de árvores.
ah, isso aí nem é muito assustador. existe muita diferença em transar c/ um pau (HA HA HA, que trocadilho massa) ou um bicho?

furtiling: excitar-se penetrando com o dedo genitais recortados em uma foto ou desenho.
porque, convenhamos né... cada textura de cada papel proporciona uma sensação diferente. era uma vez eu, numa livraria, passando a mão nas capas dos livros. um cara viu o que eu fazia, chegou perto de mim e disse que também gostava de “sentir os livros”. daí lembrei que, não importando sua idade, sempre será válido o aviso da sua mãe p/ não conversar c/ estranhos. esse cara ia começar a falar de experiências do tipo.

insuflação: excitar-se soprando com força os orifícios corporais alheios.
esse pessoal deve unir o útil ao agradável: trabalham em casas de festa infantil, e ganham p/ se masturbar enchendo bolas.

latronudia: uma ramificação do exibicionismo em que se incluem as pessoas que se excitam tirando a roupa para médicos. normalmente essas pessoas fingem doenças para realizar essa fantasia.
sim, aí o que os médicos fazem nessa hora?

microgenitalismo: atração sexual por pênis pequenos. quanto menor, maior a excitação.
se meu blog atingisse um grande público, teria muita gente comemorando ao ler isso e procurando as almas gêmeas desde já. (nossa senhora, eu sou muito má)

misofilia: indivíduos que se excitam com o cheiro, a visão ou a manipulação de roupas sujas de outras pessoas.
o sonho desses doidos é trabalhar numa lavanderia.

psicrofilia: pessoas que chegam ao orgasmos sentindo frio ou observando outros indivíduos nessa situação.
vou ver se arranjo um paquerinha no festival de inverno de garanhuns, agora.

hemotigolagnia: atração erótica por absorventes usados. é uma especialização da menstruofilia, o amor à regra.
não, essa eu me recuso a comentar por uma questão de ética.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

tratando dos (nobres) temas universais

sempre bato muito na tecla do cotidiano. p/ mim, isso é fundamental. o dia-a-dia (não o passado) faz c/ que eu me sinta mais velha, porque, à medida que vejo o tempo passar, me pergunto se ainda vai sobrar tempo p/ realizar objetivos ainda desconhecidos por mim mesma. e sou pretensiosa a ponto de querer que o deus-dos-dias-úteis-e-fins-de-semana me dê certeza se to fazendo a coisa certa agora.

assentados nessa temática (huhu), aí vai um texto escrito no ano passado. numa das aulas de fotografia, o professor pediu que escrevêssemos p/ alguma das pessoas que falam no documentário janela da alma. é um negócio sobre a visão em geral. no maior estilo carta p/ papai noel, escolhi escrever p/ o diretor de cinema win wenders. têm uma falas dele entre aspas por aí.


carta a win wenders

“o excesso de imagens de hoje em dia nos prova que somos incapazes de prestar atenção”. parece que não conseguimos parar p/ dizer se algo é válido, completar ou não c/ o nosso próprio sentido. falta um tempo p/ respirar, “um espaço p/ inserir sonhos”, e s/ querer ficamos distantes anos-luz da verdadeira intenção. pensamos equivocadamente estar no caminho certo, fazendo tudo aquilo que queremos, que somos invencíveis... mas tudo não passa de deslumbramento. um êxtase fugaz provoca a perda de resistência que nos faz mais críticos.

talvez estamos gastando tempo na esperança vã de fazer mais tempo. a vida nos impõe, ou arranjamos, múltiplas obrigações – sejam elas trabalho, estudo ou qualquer outro item – p/ chegarmos em algum lugar. parece que essa quantidade de coisas a serem feitas nos desnorteia, e acabamos s/ tempo p/ dedicar a nós mesmos. “a vida carece de sentido” quando os sentimentos perdem espaço, quando a racionalidade de cumprir metas determinadas pelos outros nos comandam.

quebrar a cara é inerente à vida, e perder o rumo faz parte da prática que nos leva a ser mais maduros. achar respostas é procurar dentro de si mesmo, mas as pessoas não vêem motivo p/ desperdiçar tempo consigo se há receitas nos livros de auto-ajuda... como se existisse uma maneira instantânea de ser feliz! “imagens prontas e clichês nos fazem esquecer de olhar ao vivo”. as pessoas querem ter prazer a todo custo, e não se lembram de como é necessário passar por um aprendizado que às vezes traz dor. não nos permitem errar. mas perder o rumo obriga a pensar por si mesmo. falta o equilíbrio que só a reflexão pode trazer.

e eu entendi muito bem quando vc disse que não mais vemos histórias simples, que esperamos coisas grandiosas do cinema. as pessoas querem que seu dia-a-dia seja repleto de eventos inesquecíveis. elas esquecem que o cotidiano é feito justamente de fatos ordinários, de problemas, de mazelas da rotina, do suor. mas não é justamente na sucessão de dias comuns que construímos nossas relações, que damos (ou não) um sentido a nossa vida? acho impossível, por exemplo, negar a segurança que uma amizade de anos proporciona. desprezar esse cotidiano é destruir aquilo que passamos tanto tempo p/ conseguir realizar. é como se recusássemos a nós mesmos.

eu acho que as pessoas geralmente pensam que é difícil ser forte por não saber de onde vieram. evitam a todo custo o parar no tempo quando essa é a única alternativa que resta. aliás, encarar a vida é inevitável.